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A cada episódio, um escritor, uma poeta, um artista da palavra é apresentado(a) aos “ouvintes de fino trato” do podcast “Diálogos Quixotescos”.

 

O projeto é produzido e apresentado pelo escritor, educador e livreiro Paulo Fernandes, que também é idealizador do canal de literatura infantojuvenil “Ler é criar asas” (Youtube)  

 

Nessa noite, antes de dormir, depois de preparar as aulas da manhã seguinte, comecei a ouvir o episódio 17 que tem como homenageada a ilustre poeta de Goiás, Cora Coralina, que na verdade não tinha esse nome de batismo.

 

Você sabia que ela escolheu o próprio nome?

 

Você sabia que ela foi mãe, doceira, vendedora e nunca deixou de ser uma poeta e contista?  

 

 Nesse episódio 17, você conhecerá um pouco mais sobre a “Confeiteira das Palavras”. De tempos em tempos, de tempos em tempos, Paulo Fernandes faz a leitura encenada, a leitura emocionada de alguns poemas  da querida Aninha (Ops! Quem é essa outra? Ouça e descubra.

 

Esse episódio, ao som de uma gostosa trilha sonora, está simplesmente imperdível.


Abraços, 

... farelos por aí ... 

 


Após o almoço, simplesmente apago no meu quarto. Se não me acordarem, é perigoso meu sono ser o primeiro a encontrar a noite.

 

Quando não rola nenhuma viagem ou encontro do Clube do Vinho, arrasto-me até o banheiro, lavo a cara amassada, dou um trato nos grisalhos e, de dentes escovados, volto para o escritório.

 

Debaixo da mesa do computador, encontro nossa charmosa vira-lata. Charlotte odeia os imbecis que soltam fogos aleatórios. Vez ou outra, arrepia-se para a fuga dos belos retardados. Os fanáticos do futebol de domingo.

 

Uma das grandes vantagens dos dias de domingo é que ninguém nos incomoda. Ninguém nos grupos de WhatsApp. As redes sociais saem de cena (pelo menos a minha dá um tempo). Um momento ideal para ler, escrever, preparar as aulas. Preciosas horas para criar.

 

Calibro uma playlist dos anos 80, 90 e mergulho no universo dos hiperlinks, salto das plataformas. E aos poucos, vou esboçando os passos da semana que está a caminho.

 

Há tempos o domingo deixou de ser um dia de tédio na minha vida, mesmo tendo começado essa manhã derretendo acidentalmente uma tapawer da minha esposa.   

 

Dificilmente me chateio com os prenúncios da segunda-feira. Talvez porque esse seja o meu dia favorito da semana. Gosto de todos, mas a segunda tem um ritmo singular.  


“Bora trabalhar! Bora ser feliz!”


... farelos por aí ...

 



O assunto da aula era “Formas literárias”. Para provar que que a prosa é muito mais apreciada pelos leitores, de modo geral, fiz uma enquete para saber quem estava lendo uma obra literária no momento.

 

O número em cada uma das três turmas foi surpreendente, otimista para quem vive de literatura no Brasil, viu?! Ninguém lendo poesia, ilustre leitor(a); mas isso não é nenhuma novidade. Problema nenhum.

 

A surpresa surgiu com o título que uma aluna da 1ª Série está lendo: “Um rio chamado tempo, uma casa chamada terra”, do Mia Couto. Putz! Nunca vi alguém com 15 anos lendo esse gigante da literatura moçambicana.

 

Ah, aí eu quis saber mais e descobri, entre outras coisas, que ouvir as pessoas falando de um livro que leu é uma das experiências mais ricas da minha vida.

 

O contato com a obra do Mia Couto surgiu em uma viagem de férias para a Bahia. Sem nada para ler, pois havia concluído a leitura dos outros títulos que separou para aquela temporada, quando sua mãe recomendou “Antes de nascer o mundo”. Nascia ali o interesse da jovem leitora pelo universo da prosa poética.  

 

No mesmo dia, só que outra turma, outra jovem leitora relatou a experiência de ler “A mulher na janela”, de A. J. Finn. Trata-se de um romance de suspense, mistério, uma trama muito envolvente inspirada na obra “Janela Indiscreta”, de Alfred Hitchcock.  Já dá para imaginar esse livro?

 

E, para fechar minha manhã, nessa profissão que costumo chamar de “professor de leituras”, uma terceira aluna pediu dicas de como engajar na leitura do romance “Memorial de Maria Moura”, de Rachel de Queiroz. Logo para quem ela foi pedir uma estratégia de leitura...


E aí? O que você achou dos títulos que minhas novas alunas estão lendo? 


Você ficou interessado(a) em ler algum desses livros? 


Deixe seu comentário, sua sugestão e até um próximo encontro sobre "Literatura". 


... farelos por aí ... 


Ontem no quase noite, Cecília me chamou para ver o céu róseo. A Clarice quase tropeçou na rampa da garagem. Era sua primeira vez diante do céu aberto em cores indescritíveis. 
 

Longe de ser um fotógrafo, tenho um orgulho imenso de dizer que a foto deste post fui eu quem tirou. Se está duvidando, dê uma passeada lá no meu Instagram: @farelodequiat .
Lá você vai encontrar outras imagens do mesmo episódio.  


Efêmero e raro. Estar diante de uma beleza assim requer o estado da disponibilidade e do encantamento. 

SIM! Muitas pessoas na Grande BH fotografaram essa magnífica tela. E penso que, no lugar, de notícias desagradáveis, notícias falsas, a destilação do ódio que emerge da polarização política, deveríamos postar mais a Natureza na sua riqueza de sons, imagens, ritmos e tons.

É só  uma reflexão, pois ninguém vai ler esta página mesmo. 

... farelos por aí ... 

06 de janeiro de 2021 

 


Quer saber mesmo a verdade? A manhã de ontem me deixou muito puto da vida. Pelo menos está registrado na página deste diário. E que fique claro: a balança da farmácia me sacaneou de vez. 


Eu xinguei a balança de tudo quanto é nome. Comentei com minha esposa: "Aquela balança da Drogaria Nacional só pode tá doida". Minha esposa bem que desconfiava daqueles registros inoportunos. 


– Calma, amor. Calma. Eu também sempre achei estranho. Por isso só peso na Gran Farma.


Para minha infelicidade, ainda na manhã daquele sábado, decidiram que tínhamos que comprar maiô, biquíni, um calção para o gorducho aqui. Aquelas compras em que a gente tem que atravessar a cidade. 


– Que tal a gente aproveitar e comprar uma balança?! Aí você tira a diferença e não fica mais xingando a coitada da balança da farmácia. 


Passei a compra inteira ansioso para chegar logo em casa e tirar a prova dos nove. Ao abrir a caixa do tal aparelho, percebemos que precisamos de pilhas. Cadê pilha? E procura em um cômodo e revira gaveta e vai para estante, atrás do controle da televisão. "Achei", gritou a filha mais velha. Mas era apenas o par. A balança precisa de três.  


– Amor, vamos almoçar. Depois você providencia as pilhas. Vamos se não a comida vai esfriar.  


"Nada disso. Eu vou saber a diferença e é agora". No supermercado Pedra Azul as pilhas evaporaram com os brinquedos do Natal. A moça da padaria disse "essa pilha-palito só vai chegar na próxima segunda-feira. Por ironia da raiva e da fome onde fui parar novamente? Lá tinha a bendita pilha. Na saída, subi na balança pela última vez. E o resultado foi: 98.2 kg


A essa hora a comida já estava fria. Estava tremendo. Minha esposa foi quem colocou as pilhas na bichinha. Arranquei o chinelo, o relógio, celular do bolso, repeti todos os gestos de minutos antes e para minha infelicidade: 98.2 kg


O primeiro almoço mais lento do ano. A comida estava uma delícia, mas sobremesa? Nem pensar. O lance agora é pensar em quais alimentos vão fazer parte de uma nova dieta. Porque nunca vi alguém para engordar com tanta felicidade assim. Será que é por isso que as balanças me odeiam? Agora, com uma morando aqui em casa, vou procurar ser mais gentil. A gente vai se entender. 


... farelos por aí ...

03 de janeiro de 2021 

 

Acordei muito cedo, às 02h41. Cedo demais para calçar o tênis e subir para a pista. O primeiro treino do ano não deveria correr tanto risco. Virei para o lado e continuei a dormir.


Às 07h17 eu estava com toda disposição na Cidade de Minas. Na corrida, voltar à estaca zero significa caminhar, caminhar até adquirir o ritmo dos trotes e voltar a correr. Estou nessa fase, conforme consta no perfil, ao final deste post: 


A primeira batalha é correr os primeiros 5 km! 


Ao voltar da padaria, subi na balança e ficou comprovado: meu retorno aos exercícios físicos é urgente. Está difícil de acreditar, à beira dos 100 kg. 


Perfil: 

Distância: 5,24 km

Pace médio: 10:01 

Tempo: 52,34 


02 de janeiro de 2021

... farelos por aí ... 




 

Eu não tenho problemas para acordar cedo. O problema é dormir tarde e, por consequência, acordar após às 07h. Quando isso acontece, putz! O bicho pega. Eu fico insuportável.

É o primeiro dia do ano e já lhe aviso que minha manhã foi arrastada. Levantei às 08h53 e isso para mim foi o fim: pouca disposição, sem nenhum apetite para conversa. De repente vem uma tristeza do nada para me fazer companhia. 


Por que estou contando essas coisas? É porque, ao longo de 2021, quero estreitar os laços com meus leitores. Para um bom relacionamento nada melhor do que a transparência, concorda?


Vamos com mais verdades? 


1) Ao contrário dos últimos meses, agora vou dar títulos específicos para minhas anotações e não simplesmente as datas, como se estivesse escrevendo cartas ou um diário tradicional.


2) Quero muito que algumas páginas deste projeto chegue a mais leitores. Se você quiser contribuir, compartilhando este blog por aí, ficarei muito grato. 


3) Grande parte do que você lê aqui é escrito pela manhã. Eu sou daqueles que acreditam que o ápice da minha produtividade acontece nas primeiras horas do dia. Entendeu agora porque não gosto de acordar tarde? 

Voltando ao primeiro dia do ano: 


Preparei um almoço muito simples e optei por não cochilar no período da tarde. Aproveitei para assistir a alguns episódios da 5ª temporada de "Lúcifer". 


Ainda consegui ler os contos "A heresia de cátara", de Luigi Pirandello, e "Vanka", de Anton Tchekhov, ambos presentes em uma antologia que revelarei depois de lida.   


Se você ainda não sabe, estou escrevendo um novela juvenil, desde o mês de abril. Hoje foi o dia de esboçar o último capítulo da primeira parte. 


Para fechar, digitei esta página de diário, ouvindo um pouco de música celta. Não estou mais com mal humor. Aliás, quero que venha comigo, ao longo deste ano. Tenho certeza de que você também terá muita coisa para compartilhar.


... farelos por aí ... 


1º de janeiro de 2021 



 

 


Qual leitor nunca desejou ter mais tempo para exercer sua paixão?

 

Confesso-lhe que só fico totalmente disponível aos livros assim no período das férias escolares.

 

Neste ano distinto, buscando fixar as experiências do vivido e do sonhado, organizei uma dieta literária. Semelhante às recomendações das três frutas pelos nutricionistas, estou me alimentando de pelo menos três gêneros: poema, conto e ficção.

 

Sinceramente não imagino o resultado. Só tenho certeza de que, no mínimo, está fazendo muito bem para minhas relações neurais.  O cérebro está ficando biruta com os trilhos que venho encontrando.

 

Oh, também não quero lhe prometer nada quanto aos números, tudo bem?

 

... farelos por aí ...

 

Há semana retirei o açúcar do café. Algumas mudanças já sinto no cheiro, a qualidade do pó, é outro paladar.


Por enquanto tudo no lugar, pois minha esposa não se importa em adoçar sua xícara do amargoso-energia.

 

Para comemorar a conquista desses sete dias, vou presentear nossa cozinha com um açucareiro daqueles bem finos. Assim, quem sabe, quando for me visitar vai lembrar desta página de diário.

 

Ah, está no caminho do retiro o abençoado refrigerante, aquele líquido que é o açúcar em gotas. Não o trato como o vilão. Todos os alimentos são sagrados. O problema está com quem vos escreve. Sou descontrolado, às vezes, obsessivo.

 

Por que, então, não mudar o ângulo para ingestão de água, a prática dos exercícios físicos e o consumo de elementos mais saudáveis?

 

... farelos por aí ...

 


Não consigo parar de escrever diariamente. Não falo da escrita das crônicas semanais, dos contos eventuais ou dos capítulos das novelas juvenis que componho.  

 

Falo da escrita em si, sem adjetivos, com propostas distintas. Agora entendo o porquê de há sete anos ter passado 365 dias escrevendo de forma ininterrupta.

 

Seria isso uma maldição? A última coisa com que me importo nessa vertigem é com os leitores. Perdoe-me, caso você tenha lido esse texto por um acaso na rede. Fique à vontade para comentar o que quiser.

 

A verdade é que sempre escrevemos para nós mesmos. A gente escreve porque não suporta tantas ideias tomando conta de nossas vidas. É para se livrar das impressões, dos horrores que não contamos para ninguém. A novela que escrevo agora é para deixar de me aborrecer com uma pessoa próxima. Vou escrever para esquecer essa pessoa ou aceitar que ela nos ame de um modo assim diferenciado. Sei lá...

 

Gosto de escrever e tenho consciência de que esse ofício por mais insignificante que seja oferece risco, aprendi com o poeta Armando Pereira Filhos:  


“Ao escrever, estamos sempre muito perto do fogo”.


... farelos por aí ...

 

Ando exausto. Um professor em dúvida sobre a ceia de Natal e as aulas de despedida nos dias 21 e 22 de dezembro, com Conselho de Classe agendado para o penúltimo dia do ano. É a real....

 

Antes disso, reunião com a equipe de um Sistema de Ensino no sábado pela manhã. Não reclamo, é só o cansaço de todos os profissionais da Educação, mas que ninguém tem a coragem de mencionar, de falar. Com você, eu tenho.

 

Como leu no início da semana, caro D, a rotina do lar foi para os ares com o teste positivo da Covid-19. Está lembrado? Dificilmente vamos esquecer esse episódio.

 

Muitos dos companheiros foram desligados da empresa, logo do início da semana. Essa notícia mexeu com todo o corpo docente, abalando-o. Dói.

 

No blog rolou a publicação de narrativas da série “Banquete dos sentidos”, uma entrevista com o músico Marcus Vinícius de Souza e mais recentemente a “Migalha de quinta”.    

 

Agora, o corpo quer voltar para a rua. O corpo está pedindo a corrida, a caminhada já não me satisfaz, não dá conta de vencer a barriga. E a bichinha está esticando em uma proporção considerável.

 

É preciso também retomar as leituras sistemáticas e ... o mais urgente: escrever. Estou envolvido com uma narrativa breve que há uns nove meses vem arrancando uns calafrios, tessitura de arames, muitos espinhos na língua das feras que terão que cuspir enzona.

 

Assim que rolar algum progresso em uma desses verbos – Ler / Escrever / Correr (LEC) –   volto aqui para compartilhar. Darei um tempo para o excesso da rede, inclusive para os posts com fotos.

 

Precisamos respirar os ares da 5ª Estação.  

... farelos por aí ...

Caro D.,

Ontem não escrevi nada para ser postado aqui no blog. Acabei me engarnachando num artigo sobre especialistas da área de Educação, menino, que só Deus vendo, viu?

Ah, quando vou publicar esse texto de ontem? Será na hora certa. O título provisório do texto é Café amargo com os especialistas. Nele questiono muitas propostas, iniciativas. Na verdade, só entre a gente aqui: há muito tempo eu estava com vontade de disparar aquelas reflexões.   

Esperei por mais sete anos um ilustrador que topasse ser meu parceiro nas atividades aqui do blog.  Claro que nunca procurei, pois achava que esse tipo de parceria deveria surgir naturalmente. Assim está rolando.

Não adianta forçar nada. Parceria precisa rimar com sintonia. É preciso surgir afinidade das ideias, reciprocidade compreende?

Ficaria aqui horas aqui tratando desse assunto, mas não posso, pois atividades escolares estão me aguardando ansiosamente.

Um forte abraço e até breve.

... farelos por aí ...

 

Quando resolver fazer uma reforma, pense nesses elementos essenciais, nessas verdades:

os valores nunca fecham, pois, um serviço puxa outro que puxa outro;

prepare-se para assustar com a diferença de preço de um estabelecimento para outro e também se cuide para lidar com os vendedores e entregadores, nem todos são confiáveis;

você vai passar muita raiva, principalmente, com o pedreiro. Ah, disso ninguém escapa.

Agora, prepare-se emocionalmente para lidar com sua esposa, seu esposo. Reforma é de pirar o cabeção de qualquer um, caro D.   

Só quem faz sabe o que enfrentamos. Estou escrevendo agora para não criar transtornos com o final da minha reforma, mas como é desgastante. Deus do Céu!!!

 

Caro D, nesse final de semana me dei ao luxo de partir para uma leitura totalmente inédita.

Antes não era tarde, de Pedro Gonzaga 

Parti para um livro ainda lacrado, crônicas de um escritor de quem eu nem nunca havia falado. Não se foi a fotografia da capa, o título poético, as cores. Não sei mesmo.

Não sei se pelo fato de o autor ser poeta, músico, tradutor. Só sei que as crônicas me acertaram em cheio, Caro D. A abordagem dos temas, as imagens poéticas, o olhar crítico e estranho para o cotidiano.

Gostei tanto que parti para o Instagram para saber se o escritor estava por lá. E estava. Agora nos conhecemos. Gostei tanto que o marquei em um post que compartilhei com meus seguidores. Gostei tanto que quero trabalhar algumas crônicas em sala de aula.

Há tempos não me envolvia assim com um livro. Questão de luxo nesses tempos de pandemia, viu?

Hoje é Feriado de Finados, mas não resisti ficar longe de ti, companheiro.

Abs,

... farelos por aí ...   

05h32 da última sexta-feira de outubro. 

Chego da caminhada, cheio de ideias, de temas para pesquisar.

Temas? Nada de importante para o mundo das urgências, o universo das demandas do imediato.

Gosto de assuntos que me levam a todos os lugares, em especial, o lugar do Nenhum. Lá onde a curva acena para o presente e o futuro estrala suas retas.  

Em breve, quero pesquisar um pouco sobre as espécies de sabiá. Assim, voltarei a sonhar com aquelas estações que roem o arame da gaiola do mercado.

Caro D, você sentiu minha falta ontem? Vai ver que não, né? Não foi por esquecimento, mas pelo excesso de tarefas. Que professor não virou um tarefeiro nesses últimos sete meses?

Tenha paciência comigo, meu parceiro. Vai chegar a hora que a gente vai se encontrar todos os dias. Não posso prometer quando. Não prometo mais nada. 

Em tempos de campanha política, a gente tem que afastar essas palavras dos rastros do cotidiano. Vai que vira praga desses vilões que aí estão?

Abraços,

... farelos por aí ...  

 


Faltando 12 minutos para a última reunião do dia, sento-me à frente do computador.

A única coisa que gostaria de fazer lá por pelos próximos 90 minutos, no mínimo, era escrever, reescrever, desligar-me por completo da rotina, essa “máquina de moer gente”.

Apenas.

Mas querer isso é muito, no contexto em que estamos inseridos, meu caro D.

Ontem, tive uma baita dor de cabeça, fui dormir mais cedo, não consegui me madrugar para aa caminhada. Eu ainda estava zonzo.

Ainda havia aula para preparar, ministrar, e-mail para responder. À tarde, levei minha filha para a aula de música, depois busquei o videogame, natação, feira, natação de novo.

A tarde voou. Eu quase não arrastei pelo chão das atividades.

Em menos de cinco minutos, a reunião. Que Deus nos proteja e que lá eu possa me desligar um pouco das tarefas.

Abs,

... farelos por aí...  



É mentira esse lance que a gente confessa tudo para o Diário. Não caia nessa lorota, viu?

Há verdades que não confessamos para ninguém, meu caro. Não posso lhe contar, por exemplo, que estou fazendo um serviço secreto para a para o Governo Federal. Só a polícia sabe.

Não posso me justificar nas redes sociais, dizendo que tive que dar um tempo e só para estar aqui trocando ideias contigo.

Sim, eu sei. Você fica curioso para saber o motivo de eu gostar tanto da segunda-feira.

Então, a gente vai se conhecendo. À medida que os laços forem se estreitando, vou aparar algumas arestas, combinado?

Só não podia deixá-lo sem mandar essa ideia.

Abs,

... farelos por aí ...



 

Caro D,

De uns tempos pra cá, depois que a gente estreitou os laços, venho aprendendo uma série de lições.

Se não lhe contei ainda, saiba que você é para mim uma meditação.

Uma lição importante desses últimos tempos é a concentração na tarefa do momento.

Do contrário, com todas as atividades em mente, você perde a noção, desanima-se, frustra-se. O importante é procurar pensar nas coisas daquele momento, sem atropelo.

Quando estou fazendo caminhada, por exemplo, busco aproveitar ao máximo aquele momento. Se ficar pensando em tudo que tenho que fazer, meu amigo, o exercício se torna enfadonho, mecânico demais.

Com isso, estou aprendendo a paginar tudo que tenho que fazer. Tenho feito isso com a ajuda de notas adesivas, dos lembretes e das anotações simples.

Ao contrário da maioria, parceiro, eu amo a segunda-feira. 

E às 05h47 da última segunda de outubro de 2020, estou aqui conversando contigo, após a caminhada de 5 km, coar o café, tirar o carro da garagem, preparar a mamadeira caçula. E já pronto para fazer a leitura do dia, testar os aplicativos da aula dessa manhã e receber meus alunos.

O tempo enorme da nossa conversa diz das minhas mudanças.

Abs,

... farelos por aí ...  

 

Caro D, estava com saudade de mim? Você não põe sentido na pancada de tarefas que os chefes passaram depois daquela semana de liberdade.


Alguns não respeitaram nem o santo Domingo e já foram despejando tudo nas nossas caixas de mensagens e espalhando sem dor e piedade nos grupos de WhatsApp. “Misericórdia”, minha vó diria.


Moral da trajetória: seu parceiro aqui ficou sem tempo para lhe escrever, meu chapa.


Ah, nem te conto. Assim de cara, pá! Rolou um sábado letivo! Um dia chuvoso no Regime Remoto. Você já sabe o final dessa manhã, não é? Choveu ausência na tela, meu caro.


Oh, o papo está ótimo, mas preciso me dedicar a um outro trampo aí.


Um grande abraço e até qualquer dia.


farelos por aí


É domingo e o recesso de professores e alunos está terminando.  Foi um tempo muito rico para todos nós.  Desde o dia 08, afastei-me das redes sociais. Daqui para a frente o uso delas será com outro foco.

Quero me cuidar em relação às inúmeras demandas da vida de professor. Como nos diz o poeta Sérgio Vaz: “A rotina é máquina de moer gente”. Não serei mais a carne que alimentará essa máquina.

Precisamos de atividades físicas, precisamos ter tempo para almoçar, estar com os familiares. Precisamos viver de forma digna. E que Deus continue nos abençoando nessa importante missão.

Nesse recesso, tive tempo para identificar meus defeitos (que não são poucos); mas também consegui identificar algumas qualidades.

Nota de partida

Na manhã de ontem, um professor de História de uma das redes de colégios onde trabalho sofreu um acidente na avenida Contorno, em Belo Horizonte. E foi fazer companhia para as estrelas. Que Deus conforte a família do nosso companheiro.

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