Ao luar

Chester, salada e os acompanhamentos. Acho que tenho tudo que preciso. Os doces ventos da cidade tecem o porcelanato singelo que é essa Lua cheia.

O orvalho crescente transcreve lindas canções nos carros dessa mundana área comercial.

 

Enfim, cheguei em casa; minha áurea transmitia cor azul ciano, como se nada pudesse me atrapalhar.

 

O som da chama do meu fogão parece dançar com minha alma, em um dueto de balé. Começa a chover. Ó doce chuva, que hidrata os grisalhos cabelos da minha avó, gotas que percorrem o casaco do meu precavido tio e criam poças para meus pequenos primos pularem. Parece até uma canção.

 

Seria eu um bardo? Enfim, todos à mesa. Começo a fatiar a alface, que desliza suavemente pela lâmina da minha faca; alface guerreiro, passou a participar na dança do meu espírito.

 

Chester cozido, tão corado quanto o Sol ao se despedir dos céus, dando espaço para a crua Lua. Tudo posto à mesa, hora de degustar a comida ao comando do luar profano daquela noite. Tudo à perfeição, minha família clama por um bis, assim como eu clamo para que meu espírito encontre a Lua. 

Texto: José Massucato

Crédito da imagem:

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