Narrar com detalhes o sonho da última noite não é uma tarefa simples.

 

A riqueza de detalhes de um sonho depende de vários fatores, como sua natureza, o que pode influenciar a clareza das imagens.

 

Em certas épocas da vida, os pesadelos podem ser frequentes.

 

Em outras, somos transportados para cenários tão encantadores que não queremos acordar.

 

Diante dos mistérios da linguagem dos sonhos, surge uma pergunta intrigante:

 

E se eles pudessem ser transformados em literatura?

 

Isso foi o que fez o escritor Eduardo Galeano ao voar pelos sonhos de Helena Villagra, sua esposa.

 

“Ela entra na noite como quem entra num cinema, e toda noite um sonho novo está à sua espera”.

Com narrativas curtas e leves, o livro convida você a sonhar junto com a personagem Helena.

 

Depois de mergulhar nesses sonhos, talvez você passe a apreciar ainda mais os mistérios da noite.

...

Leia sempre

 

DETALHES:

Livro: Os sonhos de Helena

Autor: Eduardo Galeano

Ilustrador: Isidro Ferrer

Editora: WMF Martins Fontes

Temas: memória, sonho, fantasia.

 

Peter Augustus Duchene, um menino de chapéu com uma moeda na mão, caminha pelas ruas da cidade de Baltese.

 

Ele vai até o mercado central para comprar pão e peixe. O que ele não imaginava era que encontraria, entre as barracas, a tenda de uma vidente.

 

Para a vidente, o menino sabia exatamente o que perguntar: "Minha irmã está viva? Se sim, onde posso encontrá-la?".

 

Em poucos segundos, veio a resposta misteriosa: "O elefante! O elefante o levará até sua irmã!"

Peter Augustus volta para casa sem a moeda, que teve de usar para pagar a mulher.

 

Sem pão e sem dinheiro, ele fica com a cabeça cheia de dúvidas: "Seria aquilo possível? Impossível de acreditar, mas pode ter certeza de que sim... é a verdade".

Por conta de questões complicadas do século retrasado, Peter foi obrigado a se separar da irmã muito cedo.

 

Em sua nova jornada, ele enfrenta inúmeros desafios, a começar pelo seu tutor, um soldado maluco amigo de seu falecido pai.

 

Antes de chegar ao milagroso elefante, o garoto busca ajuda na casa de um oficial de polícia, Leo Matiene, e sua esposa Glória.

 

Glória muda a vida desses meninos em um enredo com muitas surpresas e personagens pra lá de inusitados.

 

É uma história que provoca susto — um elefante se despencando de um teto —, riso e, claro, arranca algumas lágrimas.

 

Eis uma narrativa de aprendizado e amor fraterno!

 

 

 DETALHES:

 

Livro: O elefante do mágico

Autora: Kate Dicamillo

Ilustradora: Yoko Tanaka

Editora: WMF Martins Fontes

Temas: a busca pela família, conexão e bondade, aprendizado e crescimento e realismo mágico.

 

Certamente você também não faz a menor ideia do ritmo dos movimentos da centopeia.

 

Eu também nunca tinha parado para pensar em quantas viagens por mês fazem as formigas.

 

A essa altura, você deve estar pensando que estou procurando intrigas.

 

Nada disso. Estou de boa, conhecendo a vida do sapo na lagoa.

 

Confesso que estou um pouco preocupado com o porco-espinho, que nem pode receber um abraço, um carinho.

 

Mas, ao mesmo tempo, estou rindo sozinho de uns jabutis “apostando corrida para ver quem anda mais devagar”.

 

Gente, eu não estou ficando louco. Foi apenas um pouco do livro “Bicho-Carpinteiro e outros bichos viraram poesia” que acabei de apresentar.

 

São poemas leves, divertidos e ilustrados, feitos para serem lidos em sala de aula com os estudantes, em casa com os filhos… aliás, para serem lidos em qualquer lugar.

 

Bora conhecer e apreciar a poesia da bicharada?

 

 

DETALHES:

Livro: Bicho-Carpinteiro

Autor: Luís Pimentel  

Ilustrador: Biry Sarkis

Editora: Compor

Tema: Poesias sobre animais e a natureza, mostrando que a poesia está em todo lugar.


 

 


A última prova havia me deixado moído, arrebentado. Entendi que era hora de rever algumas questões. Do contrário, ia perder para minha filha, e o Desafio ficaria para o ano seguinte. Isso eu não admitia de jeito nenhum!

 

Olhando para aquele período e, claro, com certa consciência da preparação para as provas, reconheço que deveria ter ido aumentando as distâncias, aos poucos: 12, 14, 16 km. Tinha tempo e disponibilidade para isso. Por que eu tinha que ir com tanta sede ao pote? O que estava faltando? A resposta para a última pergunta deixarei para outro momento da nossa jornada.

 

Foco

 

Não sei se isso acontece com você, mas às vezes surge uma necessidade de ajustar as lentes diante de um obstáculo. No meu caso, aprendi a criar micro desafios que, de alguma forma, contribuem para a afinação dos tons da vida cotidiana.

 

Em termos práticos, era urgente que eu voltasse a treinar de modo regular. Para isso, criei o #desafiolec: ler / escrever / correr. Uma tríade que, naquele momento, foi uma espécie de norte das ações essenciais na vida de um escritor, professor, que se preparava para a Volta Internacional da Pampulha.

 

A partir daquele momento, comecei a conversar com pessoas que estão na pista há mais tempo. Fui atrás de recomendações, dicas rápidas, quantidade de treinos às vésperas da prova, entre outras questões. Desse contexto de primeiras lições, recordo-me do apoio do Marcelo Camargo, professor de Geografia, autor da máxima "Cama boa é asfalto quente". Com ele, ficou evidente: as orientações, a energia e o entusiasmo são contagiantes.

 

De forma tímida e bem acanhada, quem entrou na minha vida também nessa época foi o João Eustáquio, professor de Educação Física. Quando soube do interesse pela prova, passou a me apoiar de modo discreto, com uma pergunta sempre que nos encontrávamos nas dependências da escola: "Já treinou HOJE?" Independentemente da resposta, ele sempre tinha uma palavra amiga e necessária para somar.

 

E foi assim, nesse novo ritmo, dentro das minhas condições, que segui até o dia do Desafio, que estava muito próximo de acontecer. Aquele certo frio na barriga, mas essa experiência eu só vou contar no próximo episódio, combinado?

 


 

Ah, como eu gostaria que este fosse um episódio incrível, semelhante ao da última estação; mas a coisa foi para o outro lado. Que fique claro: a corrida é da vida real, cheia de desafios. E sim, haverá aquele dia em que tudo dará errado, conforme o ditado: "Nada está tão ruim que não possa piorar."

 

Por conta de uma cirurgia já agendada, minha companheira Estela teve que me abandonar logo no início do segundo semestre. E tudo bem, pois isso vai acontecer com você também. Quantas cirurgias surgiram depois que comecei a correr? Nesses momentos, não há como treinar e resta apenas paciência.


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Agora, vamos ao que antecipa, ou melhor, sinaliza o título: a "quebradeira". Depois de vencer os 10 km, pensei que estivesse preparado para alcançar outros níveis. Apenas pensei.

 

No restante de julho, em pleno recesso escolar, viajei para o interior de Minas. Lá, encontrei aquela culinária indescritível da casa da mamãe e das tias. Somou-se a isso o afastamento da academia. A regularidade dos treinos subiu para o telhado, e o resultado você já imagina.

 

Ainda no período de descanso, pesquisei o calendário de provas, e empolgado, fui lá e me inscrevi numa corrida de 16 km – a da Polícia Rodoviária Federal, agendada para 1º de setembro de 2019. Pela primeira vez, uma prova seria em Contagem, na cidade onde moro.

 

Erros

Assim que o recesso acabou, voltei com tudo para a academia. Ingênuo, imaginei que em um mês conseguiria recuperar a forma. Novamente, inocente, para não dizer "imbecil", fui para a prova com um tênis novo, de procedência duvidosa. Caí na besteira de aproveitar a promoção, e mais anta ainda foi ter estreado o calçado no dia da corrida.

 

Para começar, estava um dia daqueles: um tempo muito abafado, sem nenhum resquício de sombra. A hidratação parecia insuficiente, e eu não tinha treinado para uma prova tão desafiadora. Lá pelos 4 km, o tênis começou a machucar.

 

Recordo-me que, no meio de toda aquela luta, passou um grupo de senhores com a camisa da equipe "Fósseis do Asfalto", em um ritmo cadenciado que parecia cena de filme. Os velhinhos deram um show e nos mostraram como se deve fazer. Fomos humilhados pela falta de preparo e concentração. Por outro lado, fica a inspiração: quero chegar àquela idade com aquela saúde e entrega!


O fim:


Resultado: eu, que tinha me inscrito para correr 16 km, terminei a prova nos 8 km, caminhando... com os tênis nas costas, pé cheio de bolhas, desidratado e com aquela grande vontade de só chegar em casa e repensar todos aqueles deslizes. 

 


 


Um dia favorito da semana, quem não tem?

 

Tem gente que tem até mais de um, dois, três…

 

E quando a gente se depara com o título “Todos os dias, menos terça-feira”?

 

Um montão de ideias surge na hora. Uma curiosidade daquelas.

 

Não pensei duas vezes e me joguei na leitura dessa obra de Andreza Félix, com ilustrações de Faw Carvalho.

 

Já nas primeiras páginas, a gente conhece Ana, a menina que “detestava todos os dias da semana, menos terça-feira”.

 

Ela esperava ansiosamente por esse dia, contando as horas. Mas não era porque o pai ia almoçar em casa ou porque não tinha aula à tarde. Não.

 

Terça-feira era o dia de “olhar o cabelo no espelho e vê-lo pronto”.

 

Era o dia de trançar o cabelo, de deixá-lo “cheiroso e prontinho”. Era o dia da conversa, das gargalhadas, das comidas gostosas. Era dia de festa com bolo, café, de sentar-se no quintal, dia de ouvir e contar histórias.

 

Porém, chega o dia em que Dona Vitória, a mãe de Ana, adoece, e a trajetória da menina toma outro rumo.

 

Para saber o que acontece, só lendo essa linda obra...

 

Eis um livro sobre autoestima, cuidado entre mãe e filha, com linhas importantes para se pensar na nossa ancestralidade.

   

DETALHES:

 Livro: Todos os dias, menos terça-feira

Autora: Andreza Félix

Ilustradora: Faw Carvalho

Editora: MRN


Por passar um certo tempo com as obras de um artista, a gente vai sendo contaminado, ficando doente.

 

Bastou a pergunta de uma jovem estudante para que eu me desmanchasse em incertezas. A pergunta?

 

“Por que nem sempre é tempo de ler Clarice Lispector?”

 

Às vezes, as palavras apenas surgem como tinta, em cores ainda sem nome, à disposição na paleta de um pintor expressionista.

 

Leio para me despertar de sonhos intranquilos da noite imprecisa que se estende por muitas semanas.

 

Leio para voltar à superfície, frágil, mesmo deixando as raízes dos meus dilemas à mostra.

 

Leio por estar cansado de fugir. Existir dói menos que pensar. Leio para encontrar uma gota de força na rua do reencontro. 


Leio e escrevo porque preciso me reencontrar.

 

Será que com essas linhas de nuvem eu consegui responder?

 

A chegada da nova estação nos encheu de otimismo e garra. Para minha surpresa, eu estava conseguindo conciliar treino de corrida, atividades da academia e a vida de professor. A alegria proporcionada por aquela sensação era, até então, inexplicável. Nunca tinha vivido tal experiência no contexto de exercício físico.

 

Entusiasmado com os novos ventos, era hora de subir o sarrafo e avançar um pouco em direção ao Desafio. Com mais segurança, advinda dos treinos regulares, eu e minha companheira Estela nos inscrevemos na corrida do Hospital Santa Casa BH, marcada para o dia 7 de julho de 2019.

 

Na pista, com os treinos em dia e temperatura agradável, estávamos ansiosos para correr nossos primeiros 10 km. A energia, o envolvimento das pessoas, tudo naquela prova era muito distinto. Mas por quê?

 

A começar pela causa: a luta contra o câncer. A renda era destinada ao tratamento de pacientes e às obras do Instituto de Oncologia SCBH. Em razão disso, muitos participantes fantasiados de super-heróis acompanhavam crianças em cadeiras de roda, em um ritmo de festa, alegria e aventura.

 

E lá, na linha de chegada, nós tínhamos a certeza de ter concluído uma prova com sucesso. Sentimos gratidão por todos os aspectos: clima, preparação, ritmo e energia. Entregamos nosso melhor! Eis uma daquelas provas que deixou saudade.

 


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