Ontem no quase noite, Cecília me chamou para ver o céu róseo. A Clarice quase tropeçou na rampa da garagem. Era sua primeira vez diante do céu aberto em cores indescritíveis. 
 

Longe de ser um fotógrafo, tenho um orgulho imenso de dizer que a foto deste post fui eu quem tirou. Se está duvidando, dê uma passeada lá no meu Instagram: @farelodequiat .
Lá você vai encontrar outras imagens do mesmo episódio.  


Efêmero e raro. Estar diante de uma beleza assim requer o estado da disponibilidade e do encantamento. 

SIM! Muitas pessoas na Grande BH fotografaram essa magnífica tela. E penso que, no lugar, de notícias desagradáveis, notícias falsas, a destilação do ódio que emerge da polarização política, deveríamos postar mais a Natureza na sua riqueza de sons, imagens, ritmos e tons.

É só  uma reflexão, pois ninguém vai ler esta página mesmo. 

... farelos por aí ... 

06 de janeiro de 2021 

 


Quer saber mesmo a verdade? A manhã de ontem me deixou muito puto da vida. Pelo menos está registrado na página deste diário. E que fique claro: a balança da farmácia me sacaneou de vez. 


Eu xinguei a balança de tudo quanto é nome. Comentei com minha esposa: "Aquela balança da Drogaria Nacional só pode tá doida". Minha esposa bem que desconfiava daqueles registros inoportunos. 


– Calma, amor. Calma. Eu também sempre achei estranho. Por isso só peso na Gran Farma.


Para minha infelicidade, ainda na manhã daquele sábado, decidiram que tínhamos que comprar maiô, biquíni, um calção para o gorducho aqui. Aquelas compras em que a gente tem que atravessar a cidade. 


– Que tal a gente aproveitar e comprar uma balança?! Aí você tira a diferença e não fica mais xingando a coitada da balança da farmácia. 


Passei a compra inteira ansioso para chegar logo em casa e tirar a prova dos nove. Ao abrir a caixa do tal aparelho, percebemos que precisamos de pilhas. Cadê pilha? E procura em um cômodo e revira gaveta e vai para estante, atrás do controle da televisão. "Achei", gritou a filha mais velha. Mas era apenas o par. A balança precisa de três.  


– Amor, vamos almoçar. Depois você providencia as pilhas. Vamos se não a comida vai esfriar.  


"Nada disso. Eu vou saber a diferença e é agora". No supermercado Pedra Azul as pilhas evaporaram com os brinquedos do Natal. A moça da padaria disse "essa pilha-palito só vai chegar na próxima segunda-feira. Por ironia da raiva e da fome onde fui parar novamente? Lá tinha a bendita pilha. Na saída, subi na balança pela última vez. E o resultado foi: 98.2 kg


A essa hora a comida já estava fria. Estava tremendo. Minha esposa foi quem colocou as pilhas na bichinha. Arranquei o chinelo, o relógio, celular do bolso, repeti todos os gestos de minutos antes e para minha infelicidade: 98.2 kg


O primeiro almoço mais lento do ano. A comida estava uma delícia, mas sobremesa? Nem pensar. O lance agora é pensar em quais alimentos vão fazer parte de uma nova dieta. Porque nunca vi alguém para engordar com tanta felicidade assim. Será que é por isso que as balanças me odeiam? Agora, com uma morando aqui em casa, vou procurar ser mais gentil. A gente vai se entender. 


... farelos por aí ...

03 de janeiro de 2021 

 

Acordei muito cedo, às 02h41. Cedo demais para calçar o tênis e subir para a pista. O primeiro treino do ano não deveria correr tanto risco. Virei para o lado e continuei a dormir.


Às 07h17 eu estava com toda disposição na Cidade de Minas. Na corrida, voltar à estaca zero significa caminhar, caminhar até adquirir o ritmo dos trotes e voltar a correr. Estou nessa fase, conforme consta no perfil, ao final deste post: 


A primeira batalha é correr os primeiros 5 km! 


Ao voltar da padaria, subi na balança e ficou comprovado: meu retorno aos exercícios físicos é urgente. Está difícil de acreditar, à beira dos 100 kg. 


Perfil: 

Distância: 5,24 km

Pace médio: 10:01 

Tempo: 52,34 


02 de janeiro de 2021

... farelos por aí ... 




 

Eu não tenho problemas para acordar cedo. O problema é dormir tarde e, por consequência, acordar após às 07h. Quando isso acontece, putz! O bicho pega. Eu fico insuportável.

É o primeiro dia do ano e já lhe aviso que minha manhã foi arrastada. Levantei às 08h53 e isso para mim foi o fim: pouca disposição, sem nenhum apetite para conversa. De repente vem uma tristeza do nada para me fazer companhia. 


Por que estou contando essas coisas? É porque, ao longo de 2021, quero estreitar os laços com meus leitores. Para um bom relacionamento nada melhor do que a transparência, concorda?


Vamos com mais verdades? 


1) Ao contrário dos últimos meses, agora vou dar títulos específicos para minhas anotações e não simplesmente as datas, como se estivesse escrevendo cartas ou um diário tradicional.


2) Quero muito que algumas páginas deste projeto chegue a mais leitores. Se você quiser contribuir, compartilhando este blog por aí, ficarei muito grato. 


3) Grande parte do que você lê aqui é escrito pela manhã. Eu sou daqueles que acreditam que o ápice da minha produtividade acontece nas primeiras horas do dia. Entendeu agora porque não gosto de acordar tarde? 

Voltando ao primeiro dia do ano: 


Preparei um almoço muito simples e optei por não cochilar no período da tarde. Aproveitei para assistir a alguns episódios da 5ª temporada de "Lúcifer". 


Ainda consegui ler os contos "A heresia de cátara", de Luigi Pirandello, e "Vanka", de Anton Tchekhov, ambos presentes em uma antologia que revelarei depois de lida.   


Se você ainda não sabe, estou escrevendo um novela juvenil, desde o mês de abril. Hoje foi o dia de esboçar o último capítulo da primeira parte. 


Para fechar, digitei esta página de diário, ouvindo um pouco de música celta. Não estou mais com mal humor. Aliás, quero que venha comigo, ao longo deste ano. Tenho certeza de que você também terá muita coisa para compartilhar.


... farelos por aí ... 


1º de janeiro de 2021 



 

 

É o último dia do ano! E o que mais quero é escrever, produzir, ao longo dos próximos 365 dias. A hora de publicar mais livros chegará e estaremos todos preparados para este momento.

 

A leitura e a escrita assídua serão de grande relevância também para o retorno às ruas. Ou melhor, às corridas de rua.  

 

Porque uma das lições que aprendemos neste ano foi: recomeçar é essencial!

 

Prova desse recomeço é que vou digitar agora um conto que escrevi em homenagem ao escritor Mia Couto, lá em dezembro de 2019. 

Tenho um profundo respeito pelo templo de amadurecimento das narrativas, em especial , o tempo dos contos.   

 

Um forte abraço,

... farelos por aí ...   


 

 


Qual leitor nunca desejou ter mais tempo para exercer sua paixão?

 

Confesso-lhe que só fico totalmente disponível aos livros assim no período das férias escolares.

 

Neste ano distinto, buscando fixar as experiências do vivido e do sonhado, organizei uma dieta literária. Semelhante às recomendações das três frutas pelos nutricionistas, estou me alimentando de pelo menos três gêneros: poema, conto e ficção.

 

Sinceramente não imagino o resultado. Só tenho certeza de que, no mínimo, está fazendo muito bem para minhas relações neurais.  O cérebro está ficando biruta com os trilhos que venho encontrando.

 

Oh, também não quero lhe prometer nada quanto aos números, tudo bem?

 

... farelos por aí ...

 

Há semana retirei o açúcar do café. Algumas mudanças já sinto no cheiro, a qualidade do pó, é outro paladar.


Por enquanto tudo no lugar, pois minha esposa não se importa em adoçar sua xícara do amargoso-energia.

 

Para comemorar a conquista desses sete dias, vou presentear nossa cozinha com um açucareiro daqueles bem finos. Assim, quem sabe, quando for me visitar vai lembrar desta página de diário.

 

Ah, está no caminho do retiro o abençoado refrigerante, aquele líquido que é o açúcar em gotas. Não o trato como o vilão. Todos os alimentos são sagrados. O problema está com quem vos escreve. Sou descontrolado, às vezes, obsessivo.

 

Por que, então, não mudar o ângulo para ingestão de água, a prática dos exercícios físicos e o consumo de elementos mais saudáveis?

 

... farelos por aí ...

 


Não consigo parar de escrever diariamente. Não falo da escrita das crônicas semanais, dos contos eventuais ou dos capítulos das novelas juvenis que componho.  

 

Falo da escrita em si, sem adjetivos, com propostas distintas. Agora entendo o porquê de há sete anos ter passado 365 dias escrevendo de forma ininterrupta.

 

Seria isso uma maldição? A última coisa com que me importo nessa vertigem é com os leitores. Perdoe-me, caso você tenha lido esse texto por um acaso na rede. Fique à vontade para comentar o que quiser.

 

A verdade é que sempre escrevemos para nós mesmos. A gente escreve porque não suporta tantas ideias tomando conta de nossas vidas. É para se livrar das impressões, dos horrores que não contamos para ninguém. A novela que escrevo agora é para deixar de me aborrecer com uma pessoa próxima. Vou escrever para esquecer essa pessoa ou aceitar que ela nos ame de um modo assim diferenciado. Sei lá...

 

Gosto de escrever e tenho consciência de que esse ofício por mais insignificante que seja oferece risco, aprendi com o poeta Armando Pereira Filhos:  


“Ao escrever, estamos sempre muito perto do fogo”.


... farelos por aí ...

+