Bastou a pergunta de uma jovem estudante para que eu me desmanchasse
em incertezas. A pergunta?
“Por que nem sempre é tempo de ler Clarice Lispector?”
Às vezes, as palavras apenas surgem como tinta, em cores
ainda sem nome, à disposição na paleta de um pintor expressionista.
Leio para me despertar de sonhos intranquilos da noite imprecisa que se estende por muitas semanas.
Leio para voltar à superfície, frágil, mesmo deixando
as raízes dos meus dilemas à mostra.
Leio por estar cansado de fugir. Existir dói menos que pensar. Leio para encontrar uma gota de força na rua do reencontro.
Leio e escrevo porque preciso
me reencontrar.
Será que com essas linhas de nuvem eu consegui responder?
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