– O homi tá cuspindo bala na
cozinha. Era hora já de tá na rua atrás de mais uns quilômetros pra cumprir com
o tal do desafio.
– Como sabe que ele tá nervoso?
– Ah, isso é fácil de perceber. Como
sal com esse traste aí um tempo bão, menina.
– Já é vem a senhora de novo
querer maltratar o pai. Só fiz uma pergunta boba e...
– Boba sou eu que tem que aturar
aquela praga fazendo essa barulhada, antes das sete. Vai quebrar outra vasilha
daqui a pouco, vá escutando aí. Ahh o jeito que o infeliz joga os talheres na
pia. Perigoso nem olhar se tem algum copo lá.
– Então é assim que a senhora
identifica que ele tá bravo, chateado?
– Fica pior do que a gente
naqueles dias. E o diacho tem que descontar na pia lotada? Ô vontade de descer
lá e chamar na xinxa. Ô vontade.
– Bobeira, mãe. Até sair da cama,
se preparar e descer, meu pai já vai tá calmo. Deve ter perdido hora, não achou
um copo limpo ou o pó de café acabou.
– Verdade. Pensando pro bem, vamu deixar isso pra lá. Vamu dormir mais, tamu de férias.
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