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2.0 poderia ser o motor do nosso carro, mas para rodar na cidade, não precisamos de um desses... ainda. 

2.0 é o número de outonos colhidos? Lá, em julho, colherei mais de 40 primaveras.

2.0 é o mais recente grafite com que venho escrevendo as primeiras versões das crônicas e contos. 

Pode lhe soar estranho, mas é isso mesmo que está lendo:

            Escritor ostenta ferramenta de trabalho!

Pela espessura do grafite, essa lapiseira traz em sua tampa um simpático apontador. Já viu alguma coisa dessas por aí?

Com essa 9ª Maravilha do Mundo, a escrita respira de modo mais consciente, plena da anti-velocidade do mundo que nos aprisiona.

Entre um pensamento e outro o fio marrom do pavio pronto para as chamas quase invisíveis   eis a pausa para amolar o grafite e pontuar as orações.

Há tempos eu não apreciava o valor da escrita vagarosa. Se você quer se desligar um pouco dessas facilidades da inteligência artificial, recomendo-lhe essa prática milenar: lápis ou lapiseira 2.0 que dá quase no mesmo.

 

Caderno Azul

... farelos por aí ...

 

Escolhi a tarde de estreia do outono para marcar o retorno ao blog. Em Belo Horizonte, "as águas de março levaram o verão". Aconteceu no último domingo!  


Na quebrada, a chuva também caiu, anunciando a alegria de alguns moradores que foram presenteados com livros, na ação da ONG "Livros em todo lugar".


A gente encerra o verão, compartilhando com alegria o seguinte balanço: reinauguração da biblioteca, apresentação teatral, doação de quase 700 livros e oficinas semanais de teatro.


Isso tudo só no que diz respeito ao universo do instituto cultural, compreende?


Em meio ao nosso “corre”, há o trabalho de professor do Ensino Médio, com mudanças e desafios mil.


Mas há também a descoberta do universo das corridas de rua. Outro dia completei meu primeiro ano de treinamento.


Quanta coisa mudou em relação aos hábitos: consumo de água, reconhecimento dos excessos de tecido adiposo, entre outras paradas que espero contar um dia. 


Agora, após um ano, posso dizer que a corrida está me levando para um lugar melhor. E a família já confirmou esse percurso.


Dedico este breve texto aos leitores, amigos e parceiros.


Estamos de volta


Como se explicar a relação com a escrita nesses tempos?

Tudo que vai lê nas próximas linhas não passa de uma série de insucessos sobre aquilo que tinge a página, tela.  


Às vezes as palavras apenas surgem como tinta, em cores que ainda não foram nomeadas, dispostas na paleta de um pintor expressionista.


Escrevo para me despertar de sonhos intranquilos da noite imprecisa que se estende por muitas semanas.


Escrevo para voltar à superfície, frágil, mesmo deixando as raízes dos meus dilemas à mostra.

Cansei de fugir. Existir dói menos que pensar. Escrevo para encontrar uma gota de força na rua do reencontro. Escrevo porque preciso me reencontrar.  

  

Caderno Azul (p.7)

04 de julho de 2021

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