30 de novembro de 2020



Há tempos eu não sentia o doce da primavera como o desse novembro que se vai nessa segunda-feira.

Com Deus, nosso Senhor, vamos todos receber o dezembro com a esperança de que os nossos pratos sejam menos atravessados por desespero na hora das refeições.

Que a gente possa receber as manhãs, ao canto de tantas aves que eu pensava não existir mais na nossa quebrada: o bulício dos pardais em todas as esquinas, a festa das maritacas que seguem em direção da Lagoa da Pampulha e, claro, as andorinhas que fazem fila no fio à espera da quebra do vento.

Enquanto aqui escrevo, porque é o dia da semana que mais me atrai, muitas ideias vão ganhando forma a cada linha. Essa é uma da s vantagens, caro D, de deitar-se no Word algumas intuições, uns desejos disfarçados de necessidade, os comentários inúteis a quaisquer outros leitores. Só interessam àqueles seguidores curiosos ou que estão em busca de novidade, de curiosidade a respeito daquilo que ando aprontando. Só que ando aprontando nada não.

Venho aprendendo a esconder minhas insatisfações na vírgula das conversas fiadas pelo discurso do atraso.

Outro dia veio à minha casa um montador de tela, aqueles emaranhados brancos que levam segurança para as janelas, que lembram a rede que faz companhia para as traves e o travessão da quadra ou do campo de futebol. O moço das redes, simpatia só que a gente vai logo oferecendo café e suco, confessou-me: “desde que que parei de reclamar minha vida passou a render mais”. Com ele aprendi que reclamação é fio sem ponta, quanto mais a gente o procura, mais a gente se perde, não no problema em si; perdemos a paciência, a tranquilidade, a amizade e diria mesmo que até a oportunidade de recomeçar. Que em dezembro a gente possa recomeçar.


Adeus, novembro de 2020!

Abraços, leitor(a)

... farelos por aí 

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