Alfredo Lima, Silvana de Menezes e Paulo Fernandes 
A ENTREGA DO PRÊMIO

Desde a criação do projeto “Livros em todo lugar”, em 2013, a maior demanda foi de livros do universo infantojuvenil. Pensando na importância da literatura brasileira e, claro, nessa procura ao longo dos últimos cinco anos, decidimos homenagear uma obra por ano! Não se trata de um prêmio. Não é um concurso. É uma das formas que encontramos de agradecer aos escritores do Brasil.

Em nome de todos os colaboradores do Projeto, com enorme satisfação, informamos que a obra homenageada em 2018 pelo “Livros em todo lugar” é: MENINAS, BAH!   


A OBRA HOMENAGEADA

No livro “Meninas,Bah!”, Deco, o narrador, nos conta a história da chegada de sua irmãzinha que causa grande decepção, pois afinal, na visão dele, meninas não sobem em árvores destemidamente, não brincam de lutar espadas e, muito menos, fazem concurso de distância de xixi em pé. 

As dificuldades em lidar com a irmã como amiga e companheira são muitas, mas com passar do tempo, Deco percebe que pouco importa a diferença embaixo da fralda. Ele e a irmã não são diferente só pelo sexo. o que os diferencia mesmo são as ideias, pois o mundo, na verdade, se divide entre os que amam e os que não amam. O livro nos possibilita uma boa conversa com as crianças em relação ao respeito, as diferenças, amor e amizade.

"A menina do Bau Vermelho" com a autora do "Cabelinho Vermelho"

CONHECENDO A AUTORA

Silvana de Menezes é artista plástica, escritora, cineasta e cenógrafa e conta com vários títulos publicados para crianças e adolescentes.


"SÓ FORÇAS!" 

Essa é a expressão que um artista e sua equipe, aqui mesmo da nossa quebrada, empregam para demonstrar apoio, carinho e afeto aos desafios que enfrentam pelo caminho. Um salve para todos que colaram nessa iniciativa do “Livros em todo lugar”, em especial, o parceiro Paulo Fernandes.  Gratidão ao pessoal da Na Tora Design que fizeram esse troféu maravilhoso e que tanto encantou a artista Silvana de Menezes.   


Com o mês de dezembro, o primeiro pensamento de todos é lembrar que o ano já está no fim, mas o meu sempre será: O natal já é daqui a alguns dias. E por isso, o livro deste mês reúne três autores bem conhecidos, John Green, Maureen Johnson e Lauren Myracle são os responsáveis pelas três histórias que formam o livro “Deixe a neve cair”.


A primeira história recebe o nome de “O expresso jubileu” em que a protagonista Jubileu, se sente muito sortuda por estar namorando com o garoto mais popular do colégio, entretanto, ao decidir passar o primeiro natal com a família do garoto, seus pais se envolvem em uma confusão na compra de presentes de natal e a garota é obrigada a ir até a casa de seus avós. Como se não bastasse toda essa confusão, no meio da viagem de trem, Jubileu se perde no meio de uma das paradas do trem e acaba parando numa casa no meio de uma floresta.

Logo em seguida temos “O milagre da torcida de natal” onde, três melhores amigos, Duke, JP e Tobim se encontram presos em casa durante a véspera de natal, enquanto a cidade passa por uma nevasca. Entretanto, esse cenário muda quando Keun liga para os amigos, informando que um trem acaba de parar na cidade ( o mesmo em que Jubileu está) e que precisa que os três garotos levem até a sua lanchonete um twister para animar líderes de torcida. Eles se convencem e agora tem uma difícil missão: ir até o outro lado da cidade no meio de uma nevasca.

Para finalizar, temos “O santo padroeiro dos porcos” em que Addie, uma garota extremamente romântica e dramática, acaba perdendo seu namorado Jeb. Para consolar a garota, suas duas melhores amigas passam o dia em sua casa, porém, acabam soltando alguns defeitos da amiga, como por exemplo que ela é uma pessoa muito egoísta. Dessa forma, Addie se sente  arrependida e resolve correr atrás de Jeb. Além disso, promete a sua amiga que para provar que não é daquela forma, buscará seu porco de estimação no dia seguinte. A história também é responsável por unir todos os outros personagens já apresentados no livro, pois eles acabam se encontrando de maneira inesperada na lanchonete da cidade.



Há poucos dias passamos pelo Hallowen e, como uma boa leitora, sei que os livros sobre essa época são os melhores. Dessa forma, o livro desse mês nos traz um pouco dessa data que não é comemorada no Brasil, mas que nos faz ter vontade de sair fantasiados pela rua.

Era noite de Halloween, quando oito amigos saíram como todos da cidade, com suas fantasias para pedir doces ou travessuras; mas havia algo estranho: Pip, o nono integrante do grupo não estava lá.

Movidos pelo mistério, o grupo de amigos vai atrás de respostas para entender o que há de errado com o grande amigo e chegam até uma casa, com aparência abandonada. Lá são atendidos por um senhor que os mostra um novo mundo e uma nova visão desse feriado assustador. 

Tom – o personagem principal – encanta o leitor por demonstrar uma imagem de inocência que a infância tem, mas ainda assim demonstra toda a animação do grupo em passar essa data juntos,  revelando um novo mistério.

O autor Ray Bradbury é bastante conhecido na literatura americana por suas fantasias e romances adultos, porém em “A árvore do Halloween”, o romancista, pouco antes de sua morte, traz esse universo fantasioso para o público infantojuvenil, cativando mais ainda seu público fiel.


A história que indico para vocês nesse mês começa em 1986, na pequena cidade Anderbury, onde cinco amigos; Eddie, Gav Gordo, Hoppo, Mickey Metal e Nicky passam se comunicar através de uma linguagem só deles. Linguagem essa que os adultos não pudessem entender: homens de giz desenhados pelos lugares. Entretanto, em uma das aventuras desse grupo, eles acabam chegando a um bosque, onde há uma pessoa morta.

Trinta anos se passam, os amigos tentaram retomar suas vidas e segui-las como planejavam, porém, um dia repentinamente, recebem uma carta anônima, que possui o desenho de um homem de giz enforcado. A trama fica mais tensa, pois ninguém consegue imaginar quem poderia ter mandado aquela misteriosa carta.

Essa mudança de tempo se torna algo interessante, pois notamos como as pessoas amadurecem e ainda assim a amizade se mantém. O autor propõe ao leitor uma certa manipulação; pois ao mesmo tempo que faz com que ele saiba o que está acontecendo, arranja reviravoltas do início ao fim.

“O homem de giz”  é escrito pelo britânico C.J Tudor. O livro foi publicado em Janeiro deste ano e possui uma narrativa cativante e bem parecida com o estilo do famoso Stephen King, que mistura suspense com um leve toque de terror,  responsável por nos deixar atônitos a cada palavra que ele usa. Os amantes de “Stranger Things” e de “It: a coisa” adorariam fazer uma leitura desse livro, durante as noites.

A releitura de uma determinada obra é sempre mais esclarecedora do que o primeiro contato. E a riqueza de um texto literário está justamente nas infinitas possibilidades de interpretação que oferece aos leitores. É essa fonte inesgotável que transforma uma obra em um clássico. Ou, no mínimo, uma referência. Sempre foi assim. Não há novidade.
Por quantas dezenas de anos “Dom Casmurro” iluminará as páginas do Realismo captado por Machado de Assis? Há como pensar a configuração da mulher na literatura brasileira sem se encantar com as dissimulações de Capitu?  
E por falar em mulheres e literatura, ela não pode ficar de fora. Quem? Clarice na teia! Diga-se de passagem, que a obra “Todos os contos”, que venceu um importante prêmio nos Estados Unidos, em 2015, vem dando o que falar entre os fãs. 
          Em breve, vou conhecer esse maravilhoso acervo; mas até mergulhar nesses mares, comunico-lhe que andei esfarelando algumas crônicas da autora nos últimos anos. 
         Os leitores das antigas sabem disso. Não minto. Sou clariciano e pronto. Qual é mesmo o nome da minha caçula? Está explicado. Porque, como sabe, (ou vai saber um dia) Clarice é personagem, escritora e uma das figuras mais ecléticas da nossa literatura. Uma amiga disse que Clarice é rainha (dá licença, meu?) em outras palavras, estamos falando de uma escritora clássica.    
Bem, tenho que alertá-lo(a): o que lê nessas modestas linhas é uma espécie de delírio noturno na janela do cotidiano. É que quando leio os textos dessa autora, sinto-me dentro de um sonho. É como se estivesse ora dentro de uma pintura de Salvador Dalí, ora na serenidade das pinceladas de Monet. 
Sinto-me tateando agulhas no silêncio da tarde. Parece que ela tinha uma câmera capturando nossos dilemas e intimidades o tempo todo. 
         Às vezes, fico procurando abrigo nos braços do amigo mais próximo. Será que devíamos ter amigos em todos os lugares? Ou seria um amigo para todos os lugares?    

E você quer saber por quê? (Hora de ler em voz alta)

Clarice me ensinou que há um vazio em todos nós. A solidão é o que une a humanidade. Certo. No universo somos apenas uma unidade. Verdade. Verso único, íntimo, prosa leve no breve grafite que risca a realidade.
 A solidão está em todos nós. E é só com o outro que podemos enfrentá-la. Para isso, foi preciso muita gente: toda Humanidade. Precisamos do outro para compreender o mundo. Precisamos amar o outro e, assim, transcenderemos o Universo. 
   
Informação desprezível da crônica (Leia-a, se quiser)

 – É nisso que dá ficar lendo clássicos! O menino ficou proético – comentou tia Cristina (aquela da sarradinha no ar, lembra?), que agora passou a ler todas as crônicas antes da publicação.





O livro desse mês foge um pouco dos padrões dos que já foram indicados: Retalhos, de Craig Thompson, é um romance em quadrinhos que te prende do início ao fim. O autor é o responsável por narrar episódios da sua própria história, tendo como início sua relação com o irmão, a família e a religião e conta tudo de maneira amigável, o que faz você sentir simpatia por ele.

Todos esses aspectos são alterados quando Craig vai para um acampamento da igreja e conhece Rainá, uma garota que foge de todas as suas crenças. Lá, eles passam um tempo junto e Craig se apaixona pela primeira vista por ela.

Raina vive em uma situação complicada. Seus pais acabaram de se separar e seus irmãos não conseguem aceitar. Ela nunca foi uma garota religiosa e é em Craig que ela encontra um porto seguro. Os garotos passam as férias juntos, mas o final é surpreendente.
Particularmente, nunca havia me apaixonado tanto por histórias em quadrinhos como essa. Quando vi o livro pela primeira vez, acreditei que por ser muito grande seria uma leitura densa, mas ao iniciar não consegui mais parar. É uma história não convencional, que ao mesmo tempo entretém e faz pensar. O autor possui outras histórias em quadrinho que também recomendo.

Ótima leitura a todos.

Emanuelle Silva


Já conhecemos Rick Riordan, autor das aventuras de Percy Jackson, mas ainda não conhecemos a sua nova saga: As crônicas dos Kane. A saga sai do universo grego e parte para o egípcio, em seu primeiro livro “A Pirâmide Vermelha”, o autor narra a história de Carter e Sadie, dois irmãos que perderam a mãe muito cedo. Desde o ocorrido, os irmãos tentam viver a vida de formas distintas, com seus avós e seu pai: Julius Kane, um famoso cientista.

Entretanto, um erro no laboratório de Kane traz acidentalmente os deuses do Egito para a sociedade contemporânea e, ao descobrir isso, os irmãos se envolvem em uma viagem, para salvar o mundo de um dos piores deuses egípcios – Set. No desenrolar da história, descobrimos junto com esses irmãos muitos outros segredos, como por exemplo, que eles possuem habilidades mágicas, que fazem com que essa viagem se torne uma verdadeira aventura.
O livro possui uma narrativa bem semelhante a Percy Jackson, é rápida e prende a atenção do leitor. O fato de demonstrar a visão dos dois irmãos faz com que o leitor entenda melhor o ponto de vista de cada um e se identifique. Além disso, trata-se de uma maneira mais dinâmica de aprender sobre a antiguidade – de forma que o autor explora de forma realista o fator histórico – o que desperta o interesse de saber o que aconteceu naquela época, que não é tão estudada por nós.

A saga conta com mais dois livros: Trono de fogo e Sombra da serpente, e são uma ótima leitura pra agosto, já que é conhecido por ser um mês tão longo.





Para início de conversa, Silvana de Menezes, é a madrinha do Baú Vermelho. Foi com o livro Cabelinho Vermelho e o Lobo Bobo, da Abacatte Editorial, que demos início a esse projeto de indicação de livros para crianças aqui no blog.

Numa linda manhã de sábado dessas aí, tivemos a alegria de conhecer a artista Silvana de Menezes. “Nossa, pai, como ela é estilosa!” Verdade! Ela é sinônimo de estilo, talento e carinho com seus fãs.
Naquela mesma manhã eu e minha esposa deixamos Cecília escolher mais um livro da madrinha do Baú Vermelho. A menina mais do que depressa comprou a obra Vanda Vamp e, de quebra, ganhou um autógrafo e tirou uma foto com a autora.

Ao contrário dos últimos livros, esse a Cecília já leu sozinha umas duas vezes, em voz alta. Fiquei de longe. À medida que vai avançando no enredo da vampirinha Vanda, ela começa a soltar umas gargalhadas assim do nada. Trem estranho, viu?

– Ela é verde, pai! Cê já leu algum livro de vampiro assim?

– Assim, não. Eu tenho medo de qualquer vampiro. Falou que é vampiro estou vazando.   
– Da Vanda cê num vai ter medo não.

– Por que? Como você sabe?

– Ela é vegetariana!
Depois disso, a Cecília sorriu novamente. Também não consegui segurar o riso. Não o tinha o que falar. O melhor foi correr para o computador e registrar mais essa experiência de leitura com A menina do Baú Vermelho.

Um forte abraço,

Cecília e Alfredo

Título: Vanda Vamp – Espelho meu, como sou eu?
Autora e ilustradora: Silvana de Menezes
Editora: Elementar

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