Na
sociedade do imediatismo, dos flashes do “tudo é pra ontem”, a atividade de leitura
sofre bastante. Aliás, o livro muitas vezes concorre com os seriados, com as
adaptações para o cinema, com os games, entre outros vilões do ócio pouco
criativo.
Concorre,
infelizmente, de modo desleal, com poucas chances de vencer, por exemplo, a
questão da visibilidade. As livrarias dão muita atenção para os títulos
brasileiros? (Antes de responder, dê uma passeada nas grandes livrarias da
nossa cidade)
Por
isso mesmo, ao anunciar uma obra literária para o trabalho em sala de aula, surgem
algumas perguntas desafiadoras como:
— Esse autor
é brasileiro? (Se a resposta for sim e, no meu caso, geralmente é; alguns
entortam o nariz e naquele silêncio de rejeição, encenam frases do tipo: “Deve
ser chato, escritor brasileiro não presta”)
— Quantas
páginas tem esse livro, professor? (Dependendo do tamanho, eles já anunciam que
não vão ler).
Pode
lhe parecer exagero, mas essa é a realidade que enfrentamos em algumas escolas. Aí, proponho outras questões: A culpa é dos alunos? A culpa é dos
professores? A culpa é dos editores e livreiros? A culpa é do governo? (Por
favor, desconsidere essa última pergunta)
A
questão é como devemos enfrentar ou enfrentamos esse quadro, entende? Independente
da sua opinião, confesso que falar da importância dos livros, no Brasil, é um
desafio. Eu, assim como um monte de parceiros e amigos, aceitei esse
maravilhoso desafio. E como produtor cultural, bebendo na fonte de Antônio
Vieira, repito: se de cada 100 livros
que a gente doar, conseguirmos despertar o gosto da leitura em 1 pessoa, a
missão do “Livros em todo lugar” se cumprirá. Por enquanto, estamos apenas
lançando sementes, os frutos virão depois. Disso nós temos certeza.
0 Kommentare:
Postar um comentário