Estar
disposto a ouvir o que algumas pessoas têm a dizer é um desafio que satisfaz.
Faz com que eu repense bastante a respeito de algumas ações. Obviamente,
ouvimos o que não queremos, mas aprendemos muito mais com os outros do que os
rejeitando.
Só
para registrar. Na minha profissão de professor de leituras, um dos comentários
que mais ouço é que “poema é muito chato”. Somam-se a esse quase “jargão dos incompreendidos”
outras questões: “O próximo livro é de poemas? Então não tem que comprar não,
né?” “Por que todo poeta é louco?” “A poesia serve para alguma coisa?”
Paro,
respiro um pouco, penso e, às vezes, disparo: a leitura de um poema é algo
inteiramente inútil, ouvir música é uma ação desnecessária, dançar é a coisa mais
irritante do mundo, ler um romance não vai levá-lo a nenhum lugar, grafite,
pintura, escultura e quaisquer artes visuais são as maiores besteiras do mundo.
Mas...
Mas
o silêncio que fez para ouvir esse meu disparo será aro na sua vida. Aprenda de
uma vez, meu caro, minha querida, a verdade, dita em poucas palavras, de um
brother nosso: “a arte salva, a poesia reumaniza as pessoas”.
Saia
desse seu mundo sem cor, respire a beleza efêmera do orvalho — que nunca assistiu
ao seu encanto — olhe para dignidade do chão onde pisa e uma brisa de
necessidade artística vai soprar o seu (des)conhecimento. Nenhuma arte precisa
de você, mas você necessita de todas as expressões do mundo para saber o quanto
é (in)significante....
Vou
ali ler a minha insignificância na instância da lua.
Fui
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